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domingo, 23 de setembro de 2012

Inspire. Agora expire.

Falar de inspiração é um pouco estranho. Como alguém que trabalha com comunicação, todos os dias leio e ouço palavras de ordem instruindo profissionais da área a buscar inspiração, inovar e, por fim, criar.

Mas quer saber? Por que afinal precisamos dela? Do jeito que é anunciada, até chego a pensar que seja um lançamento já disponível nos melhores supermercados perto da minha casa. Espero que venha em embalagem econômica.

 O dicionário Michaelis define a palavra assim

inspiração
sf (lat inspiratione) 1 Ato ou efeito de inspirar ou de ser inspirado. 2 Coisa inspirada. 3 Coisa ou pessoa que inspira. 4 Sugestão, insinuação, conselho. 5 Sugestão de origem transcendente ou psíquica, ou de qualquer objeto que tem virtude genética sobre o artista para o excitar à produção e lhe orientar. 6 Estro, força inspiradora. 7 A marca do gênio ou do talento na obra do artista.

Nesse ponto, já dá para entender o motivo da sede pela inspiração, afinal o verbete nos apresenta “A marca do gênio ou do talento na obra do artista”. É possível relacionar a dita cuja como um dos componentes que definem a genialidade.

Pois é. O dia a dia nos apresenta cada vez mais do mesmo. Todo mundo anseia se destacar dos demais, ir além, ser um pontinho azul num mar vermelho, apresentar a descoberta definitiva da cura para o câncer. Todo mundo quer ser um gênio ao seu modo.

Os especialistas no assunto vem e nos dão dicas. “Faça listas. Conheça culturas diferentes. Aprenda uma palavra nova. Leia revistas de trás para frente.” Dizem eles. Tantos rituais só para encontrar a inspiração que, segundo a lenda, foi enclausurada na Arca Perdida.

Não que eu ache bobagem, pelo contrário. São toques que ajudam – e muito. Acontece que a coisa vai muito além disso, na minha simples opinião. Chega um momento em que tanta pressão externa acaba tornando o seu surgimento forçado. Não é assim que funciona e não é assim que deve ser.

As melhores criações nascem de um parto normal após longos nove meses de espera. Uma cesariana de um parto prematuro acaba na incubadora. A espontaneidade faz parte dessa magia.

Estou falando de uma volta de bicicleta ao som de acordes de violão vindos do MP3 Player. Estou falando da voz da minha mãe do outro lado da linha, perguntando quando irei visitá-la novamente. Falo de uma boa conversa regada a vinho em uma noite de quinta-feira. Das gotas de chuva que caem nas lentes dos meus óculos. Das batidas bem pontuadas do coração quando abraço alguém que amo.

É aí que ela nasce, se finca e se desenvolve. Em emoções, em experiências pessoais, em pensamentos íntimos. A genuinidade e a genialidade encontram terreno fértil nessa área pouco explorada.

O que você leva consigo é único. E, justamente por isso, você terá um material inspirador para dar a luz a algo inédito. Não sei dizer qual é o segredo para tudo isso, mas eu acho que sei qual é a estratégia.

Você deve inspirar. Expirar. Viver.
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sábado, 13 de agosto de 2011

Segundo Carl Jung

Dia desses estava fazendo um teste de inteligência emocional. Ele foi criado por Carl Jung e, simplesmente, é fantástico. Pelo menos para mim, ao ler ao resultado, achei que a análise realmente identifica as pessoas com seu respectivo modo emocional de pensar. 

Achei tão legal que vou deixar registrado aqui no blog. =)

INFP

INFPs valorizam a harmonia acima de todas as coisas. Sensíveis, idealistas e leais, eles têm um forte senso de honra com relação aos seus valores internos e são, com frequência, motivados por uma profunda crença pessoal ou pela devoção a uma causa que sintam ser valiosa

INFPs são interessados nas possibilidades além do que já é conhecido e concentram a maior parte da sua energia em seus sonhos e visões. Receptivos, curiosos e compreensivos, eles frequentemente têm uma excelente visão de longo prazo. Em assuntos cotidianos eles são normalmente flexíveis, tolerantes e adaptáveis, mas eles são muito firmes acerca das suas lealdades internas e estabelecem padrões muitos altos - de fato, quase impossíveis - para si próprios.

INFPs têm muitos ideais e lealdades que os mantém ocupados. Eles são profundamente comprometidos com seja o que for que escolham empreender - e eles tendem a empreender muito - mas, de alguma forma, conseguem ter tudo terminado.

Embora eles demonstrem uma fria reserva pelo lado de fora, INFPs preocupam-se profundamente por dentro. Eles são humanos, empáticos, compreensivos e muito sensíveis aos sentimentos dos outros. Eles evitam conflito e não estão interessados em impressionar ou dominar ninguém, a menos que os seus valores estejam em jogo. Com frequência, INFPs preferem comunicar os seus sentimentos pela escrita, em vez de oralmente. Quando eles estão persuadindo os outros da importância de seus ideais, INFPs podem ser muito convincentes.

INFPs raramente expressam a intensidade de seus sentimentos e com frequência parecem reticentes e calmos. Entretanto, uma vez que eles conheçam você, são entusiásticos e calorosos. INFPs são amigáveis, mas tendem a evitar a socialização superficial. Eles valorizam pessoas que se empenham em compreender seus objetivos e valores.
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O passageiro ao lado


“Eu ouvi dizer que as pessoas entram nas nossas vidas por um motivo”. Um dia desses me peguei ouvindo essa frase que está em um trecho do musical Wicked, da Broadway. Por um instante, parei para pensar nisso. Essa frase envolve tantos conceitos que fica até difícil se posicionar a respeito do que ela afirma.

Você acredita em destino? Já estamos fadados a seguir uma trajetória em nossas vidas? Nós somos os responsáveis em fazer a nossa própria história? Qual a participação de Deus em tudo isso? Pois é. Não é tão simples quanto parece.

Particularmente, não sei até onde posso concordar ou discordar da afirmação transcrita acima. São tantas as coisas que acontecem oportunamente conosco que não conseguimos nem chegar perto de uma explicação plausível. Mas talvez eu possa dizer que Deus coloca as pessoas certas em nosso caminho e, como em um acordo mútuo, ambas decidem se querem ou não seguir lado a lado.

A vida é uma viagem bem longa e percebi que trilhar este caminho sozinho não é tão agradável. É como uma grande volta de ônibus, onde as pessoas sentam-se e levantam-se ao nosso lado. Cada uma trazendo ou levando algo consigo. Talvez seja interessante compartilhar com a pessoa ao lado a sua bagagem e também descobrir o que ela tem a mostrar.

Pode ser que a nossa parada chegue antes do que a da outra pessoa. Pode ser quer ela tenha que nos deixar após alguns muitos pontos de figurinhas trocadas. Ou então, por uma feliz coincidência, ambos deixem o veículo juntos, no ponto final.

Por mais que alguns jamais consigam definir o seu destino, é seguro afirmar que se todos estão na estrada é porque, cedo ou tarde, vão chegar a algum lugar. Todo mundo quer concluir sua aventura em um belo lugar que faça a distância percorrida ter valido a pena. Todos querem cruzar a linha de chegada e serem recebidos com um prêmio digno de um campeão.

Acho que talvez seja solitário observar tantos cenários e personagens passando diante de  seus olhos e não poder dividir aquilo tudo com alguém. Do que adianta “chegar lá” se não houver ninguém junto a você para compartilhar o momento? 

O mais interessante é que todos começamos as nossas jornadas sozinhos e, em algum ponto, encontramos aqueles que estão indo para uma mesma direção. Estes andarilhos da estrada passaram por lugares que nunca havíamos estado, compartilharam coisas com outros mais que nunca havíamos nos relacionado. E, quando menos esperamos, durante súbito instante... Perguntamos-nos: “Será que continuar reto é realmente melhor? Talvez eu deva pegar a via alternativa no próximo quilômetro”.

É engraçado! O caminho que era dado como o mais correto acaba se transformando em contramão, as atitudes que tínhamos como incontestáveis tornam-se duvidosas. É claro que devemos confiar em nosso julgamento acima de tudo, mas eu acredito que seja extremamente válido considerar o que o andarilho ao lado tem a nos contar. Talvez o depoimento de quem já passou por onde pretendemos passar seja válido.

Aos grandes transeuntes da minha vida, eu só tenho a agradecer. De uma maneira bem peculiar, sempre pude extrair o melhor de todos e adicionar novas rotas ao meu itinerário de bordo. Minha mala de viagens está cheia de recordações e aprendizados que, em momento algum, são um peso a ser levado pelo caminho. São um presente.
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domingo, 3 de julho de 2011

Guarde a chuva

Poucos sabem, e muitos desta minoria não entendem, sobre a minha fixação por guarda-chuvas. É até estranho pensar neste objeto trivial como algo essencial em nossas vidas. Ele sempre fica lá, paciente e silencioso, encostado em algum canto da casa aguardando o dia em que possa ser lembrado e, posteriormente, usado.

Difícil é imaginá-lo como algo digno de admiração. Acredito que ele faça muito mais pelas pessoas do que elas realmente conseguem perceber. Até mesmo os precavidos, reconhecedores da sua extrema utilidade frente à fúria do tempo, podem não reparar em alguns benefícios adicionais oferecidos por este peculiar trunfo carregado consigo durante um dia incerto.


Quando aberto, suas hastes de metal – em uma engenhosa parceria com o tecido no qual é preso às mesmas –, criam um escudo sobre o seu usuário. Não importa o quão forte sejam os pingos de chuva ou mesmo os raios de sol, ele está lá sempre à mão e pronto para oferecer abrigo a quem solicitou o seu serviço. É bem verdade que, em alguns casos, o seu material de confecção não seja capaz de suportar o desafio que lhe é proposto, mas ele jamais se nega a tentar.

Quando estamos em meio a um temporal, a única coisa em que pensamos é correr para um local seguro, quente e bem sequinho. Sem a devida resguarda e preparo, podemos nos comparar a uma presa fugindo de seu predador. Somos inconsequentes, tomamos decisões precipitadas e realizamos ações impensadas – tudo o que almejamos é o sentimento de segurança. O guarda-chuva nos proporciona um momento para tomar fôlego em meio ao vendaval. Ainda que possa ser uma breve pausa, podemos reavaliar nossas opções e racionalizar o que está acontecendo ao nosso redor. O caminho mais curto pode ser o que vá lhe deixar com os pés mais ensopados.

Uma cena que me é bem curiosa e, ainda assim, muito comum de ser observada, principalmente nas épocas das chuvas de verão (momento em que temporais acontecem a qualquer instante), são pessoas que dividem um mesmo guarda-chuva.

Já repararam que, não importa o quão pequeno ele possa ser, sempre há lugar para mais uma pessoa sob a proteção do astro deste texto? Não sou capaz de citar as inúmeras vezes que dividi uma prazerosa compania sob estes filetes metálicos. Eles tem esse estranho dom de unir as pessoas. Em uma situação desconfortável e (por vezes) perigosa, os indivíduos neste abrigo são capazes de tornarem-se um só... Um único passo, um único ritmo, um único objetivo. Debaixo de um guarda-chuva não existe “eu”, o importante somos “nós”.

Os seus tipos e modelos existem em mais variadas formas. Tem para todo gosto e necessidade. Podem ser extravagantes e coloridos, exóticos e criativos, básicos e discretos. Ao longo dos anos, eu aprendi a apreciar cada um de seus estilos e admirar as suas particularidades. No entanto, uma coisa da qual eu não abro mão é de sua qualidade: um guarda-chuva necessita ter uma estrutura bem fundamentada para que, na primeira tormenta, possa estar junto a mim neste teste de resistência. Desde que percebi todas as maravilhas que o incompreendido defensor traz consigo, não tiro o meu da mochila.
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